sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

RUI BARBOSA


Contam que certa vez Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu
um barulho estranho vindo do quintal. Chegando lá, constatou
que havia um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o
ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:
- Oh, bucéfalo  anácroto !   Não o interpelo pelo valor
intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e
sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação,
levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se  fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima   potência do que o vulgo denomina nada!!!!!!!
E o ladrão, confuso, respondeu:
- Doutor, eu levo ou deixo os patos?